Avaliação da Qualidade da Informação


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Avaliação da qualidade da informação: porque nem tudo que está escrito é verdade!

http://lattes.cnpq.br/2259022333178681
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Sumário
O autor apresenta a definição, a importância, quem faz, quando fazer, onde fazer e como fazer a avaliação da qualidade da informação. É enfatizando a importância da sistematização e da estruturação do processo por ser uma habilidade obrigatória que o profissional da área da saúde deve adquirir.

 

Resumo
1. Título. Avaliação da qualidade da informação: porque nem tudo que esta escrito é verdadeiro!

2. Autor. Aldemar Araujo Castro.

3. Instituição. Universidade Estadual de Ciências da Saúde  de Alagoas (UNCISAL), Maceió, AL. Correio eletrônico: aldemararaujocastro@gmail.com; Lattes: http://lattes.cnpq.br/2259022333178681.

4. Arquivo.  http://bit.ly/journalclub

5. Definição. É o processo para determinar se o conteúdo de um artigo científico é de boa qualidade.

6. Importância. Identificar o que é válido, importante e aplicável.

7. Quem faz. Qualquer profissional da área da saúde.

8. Quando fazer. Situações em que um artigo científico chega as suas mãos.

9. Onde fazer. Qualquer lugar que possua condições mínimas.

10. Como fazer. Determinar a validade, determinar a importância, determinar a aplicabilidade.

11. Considerações finais. É uma habilidade obrigatória para a trabalhar no dia-a-dia de forma crítica e reflexiva.

12. Palavras-chave. Avaliação da qualidade da informação. Avaliação crítica da literatura. Clube de revista. Journal Club. 

 

1. Introdução

No dia-a-dia o profissional da área da saúde é bombardeado por informações sobre formas de como fazer diagnóstico, das alternativas para o tratamento, a reabilitação e a prevenção. No entanto, as fontes são as mais diversas e quando estas informações vêm de artigos que foram publicados em revistas famosas, elas têm uma “aura” de verdade. Elas são, muitas vezes, recebidas de forma passiva e não reflexiva sobre o seu conteúdo. A principal razão é a falta de capacidade de analisar e interpretar as informações de uma publicação científica. 

2. A Qualidade

A definição da palavra qualidade nas publicações que avaliam a qualidade de artigos originais é aparentemente discordante. A idéia é a mesma, porém as palavras utilizadas são diferentes. Esta situação causa alguma dificuldade no entendimento deste termo. A seguir são apresentadas as três definições de qualidade utilizadas na literatura.

  • É a probabilidade de uma pesquisa planejada gerar resultados verdadeiros (Jadad, 1996).
  • A qualidade é um conjunto de itens no planejamento e condução de uma pesquisa relacionada com o tamanho do efeito encontrado (Verhagen, 1998).
  • A qualidade é um conjunto de itens no planejamento e na condução de uma pesquisa que reflete a validade da variável analisada, relacionada com a validade interna, a validade externa e o modelo estatístico utilizado (Verhagen, 1998).

Apesar da definição da palavra qualidade não ser fácil, é fácil entender que a avaliação da qualidade de uma publicação envolve ao menos três aspectos:

  • validade interna (que pode ser chamada apenas de validade)
  • validade externa (que pode ser chamada de aplicabilidade)
  • análise estatística (que pode ser chamada de importância)

É necessário que se tenha a exata noção que a maior parte das informações que são publicadas nas revistas científicas não é de boa qualidade (Ioannidis, 2005).

 

3. Qual a Pesquisa que Gerou esta Informação?

O primeiro passo a ser realizado quando estamos diante de uma informação é formular a pergunta: qual a pesquisa que gerou esta informação? Fazendo isso estamos tendo uma postura crítica e reflexiva sobre a informação que nos está sendo oferecida. Iremos determinar de onde veio esta informação.

As respostas para a pergunta podem ser duas:

  • a informação fornecida foi baseada em uma pesquisa. Com esta resposta necessitamos avaliar a qualidade desta pesquisa para determinar se é valida, se é importante e se é aplicável.
  • a informação fornecida foi baseada em uma opinião pessoal e não existe nenhuma pesquisa de boa qualidade que fundamente a informação apresentada.

A única razão para saber se existe uma pesquisa de BOA qualidade que gerou a informação é que este tipo de informação tem menor probabilidade de estar erradado que aquela gerada pela opinião pessoal. No entanto, isso não quer dizer que temos que usar apenas, informações baseadas em pesquisa de boa qualidade, quer dizer apenas, que o pontapé inicial deve ser dado por informações baseadas em pesquisas de boa qualidade e quando ela não existir, a opinião pessoal (experiência) passa a direcionar a decisão.

 

4. A Sistematização do Método de Avaliação da Qualidade da Informação

Em 1981, o Canadian Medical Association Journal publicou uma série de cinco artigos, intitulados How to read clinical journals (Canadian, 1981), onde era explicado como fazer a avaliação crítica da literatura médica, ou dito de outra maneira, a avaliação da qualidade da informação na área da saúde. A aceitação desta série e os novos conhecimentos gerados desde então resultaram numa nova série publicada desta vez noJournal of the American Medical Association, sob o título User’s guide to the medical literature (JAMA, 1992). Esta última série é a revisão, e ampliação da série anterior, e repetiu o mesmo sucesso, sendo amplamente divulgada e adotada nos mais variados ambientes científicos. Todo este esforço foi realizado no sentido de uniformizar a forma como era realizada a avaliação crítica da literatura em diferentes instituições. O conhecimento deste modelo de avaliação crítica vem sendo utilizado amplamente nas reuniões de artigos de revista (Journal clubs) dos cursos de graduação, dos programas de residência e pós-graduação (mestrado e doutorado).

Neste capítulo serão abordadas principalmente as formas de avaliação dos estudos primários, porém existem indicações de como fazê-la nos estudos secundários (tipo de estudo que utiliza os dados de dois ou mais estudos primários). É feita a indicação de um sítio (website) onde toda a série de artigos do JAMA está disponível na íntegra para consulta gratuitamente (www.cche.net/usersguides). Todas estas informações são direcionadas para o formato da reunião de avaliação crítica da literatura (clube de revista).

 

5. O Modelo de Avaliação da Qualidade da Informação

Existem duas situações básicas onde é importante dominar um método de avaliação da qualidade da informação:

  • Quando tenho em mão um artigo para avaliar. Este artigo pode ter chegado em minhas mãos por uma série de caminhos, (i) eu estou lendo uma revista e o título do artigo desperta meu interesse, (ii) irei apresentar este artigo durante uma sessão de artigos de revista, (iii) alguém me pede para dar uma opinião sobre um artigo específico.
  • Quando tenho uma questão clínica a ser respondida. Isto significa que necessito de informações para tomar uma decisão clínica que pode ser para um doente que atendo no ambulatório ou para um grupo de doentes se sou um gestor na área da saúde.

A primeira situação é a mais simples que a segunda e o tempo necessário para resolver o problema é menor. Na primeira, o modelo de avaliação da qualidade da informação é o procedimento a ser executado por si só. Já na segunda situação, a avaliação da qualidade da informação deve ser um dos passos para a resolução do cenário clínico que gerou a pergunta (quadro 1). 

A VERSÃO COMPLETA DESTE TEXTO PODE SER OBTIDA NO LINK ABAIXO!

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www.metodologia.org/livro/pdf/acl_01.pdf

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2317498/mod_resource/content/2/LIVRO_A%20Manual%20for%20Evidence-Based%20Clinical%20Practice%202009.pdf

Guyatt G, Rennie D, Meade MO, Cook DJ. Users’ Guides to the Medical Literature: A Manual for Evidence-Based Clinical Practice, 3rd ed. Disponível em: URL: https://jamaevidence.mhmedical.com/Book.aspx?bookId=847