Iniciação Científica: a escolha do orientador


Aldemar Araujo Castro
Otávio Augusto Câmara Clark

4.1. Introdução

A relação entre o aluno e o orientador na iniciação científica desempenha um papel crucial para o sucesso das atividades nesse campo. Considerando que a presença do orientador é obrigatória, é importante criar mecanismos que permitam que essa relação seja altamente proveitosa. Existem duas formas possíveis de selecionar o orientador: a primeira é quando o professor escolhe diretamente o aluno, ou por meio de um processo seletivo; a segunda é quando o aluno tem o poder de escolher o orientador. Em ambos os casos, é fundamental que o aluno utilize um roteiro para avaliar o seu orientador, visando tornar a experiência da iniciação científica prazerosa e eficiente.

O objetivo desta série de cinco capítulos é fornecer informações sobre a iniciação científica, direcionada aos alunos de graduação e aos professores que irão orientá-los. No primeiro capítulo, apresentaremos o conceito da iniciação científica e as razões que justificam a sua realização. No segundo capítulo, abordaremos o Programa de Iniciação Científica (PIC) da UNCISAL. No terceiro capítulo, discutiremos os recursos, habilidades e conhecimentos necessários para realizar a iniciação científica. No quarto capítulo, abordaremos o processo de seleção do orientador pelo aluno. Por fim, no quinto capítulo, discutiremos como dar continuidade às atividades de pesquisa após a graduação.

O conteúdo deste capítulo será dividido em três partes:
a) o roteiro de entrevista para a seleção do orientador;
b) encontrou o orientador?;
c) próximo passo: o início da iniciação científica.

5.2. Roteiro de Entrevista para a Seleção do Orientador

5.2.1. A importância

A escolha de um orientador adequado é crucial para o sucesso na iniciação científica. Idealmente, busca-se uma combinação de um bom orientador com um bom aluno, mas também é possível lidar com a situação em que um bom orientador trabalha com um aluno com dificuldades. No entanto, a combinação de um mau orientador com um mau aluno é uma situação que não irá funcionar adequadamente. Portanto, é responsabilidade tanto do professor quanto do aluno fazer uma seleção mútua adequada. A seguir, apresenta-se um roteiro de perguntas que tem como objetivo guiar o aluno na escolha do seu orientador.

 

5.2.2 A Lista de Perguntas

O roteiro para entrevistar os candidatos a orientador deve incluir perguntas relacionadas ao objetivo da pesquisa, sua relevância e os detalhes logísticos da realização da atividade de iniciação científica (conforme descrito no Quadro 4-1). É importante seguir a ordem das perguntas apresentadas e prosseguir para a próxima pergunta apenas se a resposta anterior for adequada. Em outras palavras, caso a resposta não seja adequada, é preferível encerrar a entrevista de forma cortês e educada, ao invés de inventar uma desculpa e sair correndo.

No processo de entrevista para seleção de orientador, é recomendado incluir as seguintes perguntas:
1. Qual é a pergunta de pesquisa a ser respondida?
2. Qual é a relevância da pesquisa?
3. Qual método será utilizado?
4. Como vamos fazer o projeto de pesquisa?
5. Qual é o prazo estabelecido para a conclusão da pesquisa?
6. Quem serão os autores da pesquisa?
7. Como a pesquisa será documentada?
8. Quais são as linhas de pesquisa existentes relacionadas ao tema?
9. Quais conhecimentos e habilidades são necessários ou devem ser adquiridos para realizar a pesquisa?

Essas perguntas abrangem aspectos essenciais para avaliar a proposta de pesquisa, a viabilidade do projeto, a organização e a documentação da pesquisa, além das competências necessárias para conduzi-la de forma adequada.

 

5.2.3 As Respostas

A primeira pergunta, “Qual é a pergunta de pesquisa a ser respondida?“, é de extrema importância para avaliar o potencial orientador. Essa pergunta visa verificar se o orientador possui uma compreensão clara das possibilidades de pesquisa dentro de um determinado tema e se ele tem uma linha de pesquisa estabelecida.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) Uma pergunta clara, única e precisa. Por exemplo: “O tratamento com aspirina é eficaz e seguro na prevenção secundária do infarto agudo do miocárdio?”
b) “Nosso objetivo é…” seguido da exposição da situação clínica, dos procedimentos e das variáveis envolvidas.

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo aí, depois a gente vê.”
b) “Aqui a gente trabalha, não fica com essas filosofias.”
c) Perguntas obscuras, múltiplas ou vagas, como:
– “Quero testar se a aspirina é mesmo boa.”
– “Qual é o melhor tratamento para o infarto?”
– “Vamos ver como os enfartados se comportam.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de clareza, direcionamento ou comprometimento com a pesquisa, o que pode comprometer a orientação adequada durante a iniciação científica.

A segunda pergunta, “Qual é a relevância da pesquisa?“, é crucial para avaliar se o potencial orientador compreende claramente a importância da pesquisa a ser realizada. As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) A pesquisa irá responder a uma dúvida comum na prática clínica.
b) A pesquisa aborda algo que é amplamente praticado, mas ainda carece de fundamentação científica.

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo aí, depois a gente vê.”
b) “Aqui a gente trabalha, não fica com essas filosofias.”
c) “Iremos descobrir com o andamento da pesquisa.”
d) “É um tema interessante.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de compreensão ou consideração em relação à relevância da pesquisa. É importante que o orientador reconheça a importância de responder a uma pergunta específica ou de preencher uma lacuna no conhecimento científico, especialmente relacionada à prática clínica.

A terceira pergunta, “Qual método será utilizado?“, é importante para avaliar se o potencial orientador possui uma compreensão clara dos itens envolvidos no projeto de pesquisa e das potenciais dificuldades que podem surgir. As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Usaremos o método…” seguido da exposição do tipo de estudo, local, amostra, procedimentos, variáveis a serem estudadas e o método estatístico a ser aplicado.
b) “Ainda não temos um método disponível, mas faremos uma revisão sistemática da literatura para determinar o melhor método.”

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Não precisamos definir isso agora.”
c) “Na hora de escrever, a gente vê.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de planejamento e compromisso em relação ao método a ser utilizado na pesquisa. É importante que o orientador tenha uma ideia clara dos aspectos metodológicos do projeto, incluindo a seleção adequada do tipo de estudo, definição dos procedimentos, escolha das variáveis e aplicação de métodos estatísticos apropriados.

A quarta pergunta, “Como vamos fazer o projeto de pesquisa?“, é importante para avaliar se o potencial orientador possui uma compreensão clara dos componentes de um projeto de pesquisa. As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vamos estudar as normas, métodos e técnicas de redação e execução.”
b) “Vamos verificar com o comitê de ética em pesquisa.”
c) “Vamos verificar com as agências de fomento à pesquisa.”
d) “Tenho um projeto pronto no qual você poderá se incluir, mas antes de finalizarmos esse projeto, você deverá escrever um para o próximo aluno.”

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Nós sabemos fazer e não precisamos de projeto.”
c) “Para que isso?”
d) “Escreva qualquer coisa para que possamos mostrar ao departamento.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de planejamento, descaso em relação aos componentes essenciais de um projeto de pesquisa e falta de consideração pela ética e pelas diretrizes estabelecidas pelas agências de fomento e comitês de ética em pesquisa. É importante que o orientador esteja ciente dos aspectos metodológicos, éticos e de financiamento envolvidos na elaboração de um projeto de pesquisa de qualidade.

A quinta pergunta, “Qual o prazo a ser cumprido?“, é importante para avaliar se o potencial orientador tem uma compreensão clara de que a pesquisa deve ser conduzida independentemente dos prazos de eventos. O mais importante é estabelecer e cumprir o prazo da pesquisa em si, juntamente com um cronograma adequado. Isso está relacionado à complexidade do trabalho e ao prazo viável para sua execução.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Nossos dados devem estar disponíveis em…” seguido de uma data precisa, por exemplo, na primeira semana de novembro de 2023.

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Prazo pra quê?”
c) “Vamos ver a data do congresso.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de comprometimento com o cumprimento de prazos, falta de planejamento adequado e priorização inadequada de eventos externos em detrimento da conclusão da pesquisa. É importante que o orientador compreenda a importância de estabelecer prazos realistas e gerenciar adequadamente o tempo para a execução do trabalho de pesquisa.

A sexta pergunta, “Quem serão os autores da pesquisa?“, é importante para avaliar se o potencial orientador tem uma compreensão clara dos critérios que determinam quem deve ser autor em uma pesquisa.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Todos e apenas aqueles que tiverem participação direta no planejamento, na execução e na divulgação da pesquisa.”
b) “Vamos estudar as normas de publicação para verificar quais são os requisitos para uma pessoa ser considerada autora de uma pesquisa.”

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê!”
b) “Temos a política de incluir nosso pessoal em todos os trabalhos!”
c) “Eu e você só (o resto do departamento é ruim)!”
d) “Para que pensar nisso agora?!”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de clareza sobre os critérios de autoria em pesquisa, falta de consideração pelos princípios éticos envolvidos na atribuição de autoria e uma abordagem inadequada de inclusão ou exclusão de pessoas como autores. É fundamental que o orientador tenha conhecimento das diretrizes de autoria científica e siga os princípios de reconhecimento adequado da contribuição de cada pessoa envolvida no trabalho de pesquisa.

A sétima pergunta, “Como a pesquisa será documentada?“, é importante para avaliar se o potencial orientador tem uma compreensão clara dos padrões seguidos na condução e documentação das pesquisas propostas.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Seguimos as normas pertinentes de condução e documentação, como Boas Práticas Clínicas (BPC), Boas Práticas de Laboratório (BPL), ética de pesquisa com seres humanos e animais, entre outras.”
b) “Publicamos todas as nossas pesquisas e discutimos falhas, erros e limitações, garantindo uma transparência adequada na divulgação dos resultados.”

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Documentar pra quê?”
c) “Isso é só burocracia.”

Essas respostas inaceitáveis demonstram falta de comprometimento com a documentação adequada da pesquisa, falta de consideração pelos padrões éticos e regulatórios estabelecidos e uma abordagem negligente em relação à transparência e integridade científica. É fundamental que o orientador tenha conhecimento das normas e diretrizes aplicáveis à condução e documentação da pesquisa, visando garantir a qualidade e a confiabilidade dos resultados obtidos.

A oitava pergunta, “Quais linhas de pesquisa existem?“, é importante para avaliar se o potencial orientador tem uma compreensão clara das possibilidades de pesquisa dentro de um determinado tema e se ele possui uma linha de pesquisa estabelecida.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Temos as seguintes linhas de pesquisa: [expor as linhas de pesquisa existentes], com potenciais projetos que podem ser realizados dentro de cada uma delas, agrupados por grau de dificuldade.”
b) “Este é um novo projeto que poderá dar origem a uma linha de pesquisa específica, com potenciais pesquisas que podem ser realizadas dentro dela, agrupadas por grau de dificuldade.”

Essas respostas demonstram que o orientador tem uma visão clara das áreas de pesquisa disponíveis e das possibilidades de investigação dentro dessas áreas. Além disso, mostra que o orientador está ciente da importância de estabelecer e desenvolver uma linha de pesquisa coerente e promissora.

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Para que você quer saber disso?”
c) “Isso não é possível em Maceió ou no Brasil.”

Essas respostas inaceitáveis revelam uma falta de planejamento, falta de interesse em estabelecer linhas de pesquisa claras e uma visão limitada das possibilidades de pesquisa. É fundamental que o orientador tenha conhecimento das linhas de pesquisa existentes ou das potenciais áreas de pesquisa a serem desenvolvidas, proporcionando orientação adequada aos alunos interessados em iniciar projetos científicos.

A nona pergunta, “Quais são os conhecimentos e as habilidades que preciso ter ou adquirir para fazer a pesquisa?“, é importante para avaliar se o potencial orientador tem uma compreensão clara dos requisitos e competências necessárias para realizar a pesquisa.

As respostas aceitáveis para essa pergunta são:
a) “Você terá que possuir os seguintes conhecimentos e habilidades: [listar os itens necessários] e durante a iniciação científica vamos trabalhar para que você adquira esses conhecimentos e habilidades.”
b) “Antes de iniciar a atividade, vou lhe apresentar todos esses itens para que possamos programar atividades específicas visando o desenvolvimento dos conhecimentos e habilidades necessários.”

Essas respostas demonstram que o orientador está ciente dos requisitos e competências necessárias para a pesquisa e está disposto a auxiliar o aluno a adquirir esses conhecimentos e habilidades ao longo do processo. Isso é essencial para garantir que o aluno esteja preparado e capaz de realizar a pesquisa de forma adequada.

Por outro lado, as respostas inaceitáveis para essa pergunta são:
a) “Vai fazendo, depois a gente vê.”
b) “Para que você quer saber disso?”
c) “O mais importante é começar para não perder a oportunidade.”

Essas respostas inaceitáveis revelam uma falta de preocupação com os requisitos e competências necessárias para a pesquisa e indicam uma abordagem negligente ou despreparada por parte do orientador. É fundamental que o orientador esteja ciente das habilidades e conhecimentos necessários e esteja disposto a auxiliar o aluno no desenvolvimento dessas competências ao longo da iniciação científica.

5.3 O papel do orientador

A principal função do orientador na iniciação científica é de fato ensinar o aluno a realizar uma pesquisa de forma adequada. Isso envolve ensiná-lo a planejar, executar e divulgar a pesquisa. Cada uma dessas etapas pode ser subdividida para permitir uma identificação dos pontos falhos e que merecem ser corrigidos.

O planejamento da pesquisa envolve definir a pergunta de pesquisa, estabelecer os objetivos, delinear a metodologia, determinar os recursos necessários e elaborar um cronograma. O orientador deve auxiliar o aluno a desenvolver essas habilidades de planejamento, garantindo que todos os elementos essenciais sejam considerados.

A execução da pesquisa inclui a coleta de dados, a realização de análises, a interpretação dos resultados e a discussão dos achados. O orientador desempenha um papel importante na orientação do aluno durante essas etapas, fornecendo suporte técnico, auxiliando na seleção das técnicas apropriadas e na interpretação dos resultados.

A divulgação da pesquisa refere-se à apresentação dos resultados por meio de publicações científicas, apresentações em conferências ou simpósios, e outros meios de compartilhamento. O orientador deve orientar o aluno sobre as normas de escrita científica, auxiliar na preparação de artigos ou apresentações, e incentivá-lo a comunicar seus resultados de forma clara e precisa.

É importante destacar que cada uma dessas etapas requer recursos, conhecimentos e habilidades específicas, como mencionado no capítulo 3. O orientador deve identificar as lacunas de conhecimento e habilidades do aluno e fornecer a orientação necessária para preenchê-las, seja por meio de treinamentos, cursos ou materiais de estudo.

Em resumo, o orientador desempenha um papel fundamental na iniciação científica ao ensinar o aluno a pesquisar, auxiliando-o no planejamento, execução e divulgação da pesquisa, e fornecendo o suporte necessário para que o aluno adquira os recursos, conhecimentos e habilidades essenciais para realizar uma pesquisa de qualidade.

5.4 Achou o orientador?

Mais escassez de recursos, o que existe hoje é a escassez de homens;
na pesquisa, o meio é quase nada e o homem é quase tudo!
Santiago Ramon y Cajal (1892)

Você está absolutamente correto! Encontrar um orientador adequado é uma parte crucial do processo de pesquisa e nem sempre é uma tarefa fácil. O roteiro mencionado anteriormente é uma ferramenta útil para ajudar na seleção, mas não garante que o orientador será perfeito para você. Cada aluno tem suas próprias necessidades, preferências e estilo de trabalho, e o que funciona bem para um pode não funcionar para outro.

Além disso, é importante ter em mente que existem diferentes estilos de orientação e que um orientador que não responda perfeitamente ao roteiro pode ainda ser um excelente facilitador. Um facilitador é alguém que pode não ter todas as respostas para o questionário, mas possui a qualidade de não atrapalhar o aluno e ser uma fonte constante de motivação.

Um facilitador é capaz de apoiar, incentivar e motivar o aluno, ajudando-o a superar desafios e encontrar soluções por conta própria. Eles podem não ter todas as habilidades técnicas ou conhecimentos específicos em determinadas áreas, mas possuem a capacidade de guiar o aluno no processo de pesquisa e ajudá-lo a desenvolver suas próprias habilidades e conhecimentos.

Portanto, na busca por um orientador, é importante considerar não apenas as respostas ao roteiro, mas também a relação de trabalho, a comunicação, a compatibilidade de estilos e a capacidade do orientador de fornecer um ambiente de apoio e motivação. Encontrar um orientador que seja um facilitador pode ser realmente valioso e contribuir significativamente para o sucesso da pesquisa.

Em resumo, o roteiro é uma ferramenta útil para ajudar na seleção de um orientador adequado, mas é importante estar aberto a diferentes estilos de orientação e reconhecer a importância de encontrar um orientador que seja um facilitador, capaz de apoiar e motivar o aluno ao longo do processo de pesquisa.

Illustration by Kaitlyn Tran/The Daily Campus

5.5 Próximo passo: como continuar as atividades de pesquisa?

Fazer uma autocrítica após a primeira experiência na iniciação científica é uma etapa importante para avaliar o seu próprio progresso, aprendizado e satisfação com a atividade. Essa reflexão permite que você avalie se a iniciação científica foi útil para o seu desenvolvimento acadêmico e se deseja continuar se envolvendo nessa área.

Ao avaliar a utilidade da iniciação científica, você pode considerar diversos aspectos, como o aprendizado de novos conceitos e habilidades, a oportunidade de trabalhar em um projeto de pesquisa, a interação com outros pesquisadores e a contribuição para o seu crescimento pessoal e profissional. Você também pode refletir sobre os desafios enfrentados e os resultados alcançados durante a iniciação científica.

Com base nessa autocrítica, se você considerar que a iniciação científica foi uma experiência valiosa e desejar continuar nesse caminho, você pode optar por ingressar em uma nova atividade de iniciação científica. Essa decisão pode envolver a escolha de um novo projeto de pesquisa, a busca por um novo orientador ou a exploração de diferentes áreas de interesse.

Por outro lado, se você sentir que deseja explorar outras oportunidades ou aprofundar seus conhecimentos em uma área específica, pode optar por prosseguir na especialização. A especialização oferece a oportunidade de se aprofundar em um campo específico de estudo, desenvolvendo conhecimentos mais avançados e habilidades especializadas.

Independentemente da sua escolha, é importante considerar seus interesses, metas e aspirações pessoais e acadêmicas. Avalie suas experiências anteriores, suas motivações e o impacto que cada opção pode ter em seu futuro. Lembre-se de que tanto a continuação na iniciação científica quanto a especialização podem trazer benefícios significativos para o seu crescimento acadêmico e profissional, então escolha o caminho que mais se alinha com seus objetivos e paixões.

O próximo capítulo, como mencionado, abordará esses itens com mais detalhes, fornecendo informações adicionais e orientações para ajudá-lo a tomar uma decisão informada sobre o seu próximo passo após a iniciação científica.

 

5.5. PONTOS PARA RECORDAR

A relação entre o aluno e o orientador na iniciação científica é de extrema importância e pode impactar significativamente o sucesso e a qualidade das atividades realizadas. Algumas considerações relevantes sobre essa relação são:

1. Escolha do orientador: A escolha de um bom orientador é fundamental para uma iniciação científica bem-sucedida. Um orientador experiente, comprometido e com afinidade pelo tema de pesquisa pode oferecer suporte, orientação e estímulo adequados ao aluno. É importante que haja uma boa compatibilidade de expectativas, comunicação e estilo de trabalho entre o aluno e o orientador.

2. Roteiro como auxílio na seleção: O roteiro mencionado anteriormente pode ser uma ferramenta útil para ajudar na seleção de um orientador adequado. Ele fornece diretrizes e perguntas importantes a serem consideradas na busca por um orientador. No entanto, é importante ressaltar que o roteiro não garante o sucesso da relação aluno-orientador, pois cada caso é único e depende da dinâmica e da interação entre as duas partes.

3. Compatibilidade aluno-orientador: É possível que um orientador seja considerado bom para um aluno e não tão adequado para outro. A dinâmica entre o aluno e o orientador desempenham um papel fundamental nessa relação. Cada aluno possui suas características, necessidades e expectativas específicas, e é essencial que exista uma sintonia entre o aluno e o orientador para que o trabalho em conjunto seja produtivo e enriquecedor.

4. Planejamento adequado: Um planejamento adequado da iniciação científica é essencial para o desenvolvimento gradual e otimizado das atividades. Isso envolve estabelecer metas claras, definir prazos realistas, organizar um cronograma de trabalho e identificar os recursos necessários para a pesquisa. Um planejamento bem estruturado facilita a utilização eficiente dos recursos disponíveis e contribui para o fortalecimento do projeto de pesquisa.

Em resumo, a relação entre o aluno e o orientador na iniciação científica é um fator determinante para o sucesso da experiência. A escolha cuidadosa do orientador, a utilização do roteiro como auxílio na seleção, a compatibilidade entre aluno e orientador e o planejamento adequado são elementos cruciais para uma iniciação científica proveitosa. É importante que tanto o aluno quanto o orientador estejam comprometidos em estabelecer uma parceria construtiva e colaborativa, visando ao crescimento acadêmico e ao desenvolvimento de habilidades científicas.

5.6. Leitura Complementar


 

Versão prévia publicada:
Castro AA, Clark OAC. Iniciação científica: a escolha do orientador.
In: Castro AA. Manual de iniciação científica. Maceió: AAC; 2003.
Disponível em: URL: http://www.metodologia.org

Data de criação: 08 de junho de 2023.
Data de atualização: 08 de junho de 2023.

Como citar este capítulo:
Castro AA, Clark OAC. Iniciação científica: a escolha do orientador.
In: Castro AA. Manual de iniciação científica. Maceió: AAC; 2023.
Disponível em: URL: http://www.usinadepesquisa.com

Conflito de interesse:
Disponível em: URL: https://bit.ly/aldemar_coi_disclosure

Fonte de fomento:
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), Maceió, AL.

Sobre os autores:
Aldemar Araujo Castro
Professor Assistente, Mestre, da Disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica da
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL),
Maceió, Brasil.

Otávio Augusto Câmara Clark
Doutor em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
Campinas, Brasil.

Endereço para correspondência:
Aldemar Araujo Castro
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
Rua Doutor Jorge de Lima 113
57010-382
Maceió (AL), Brasil
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URL: http://www.usinadepesquisa.com

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