Relato de Caso:
Aprender Quando o n = 1
Aldemar Araujo Castro
aldemararaujocastro@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/2259022333178681
http://bit.ly/aldemarh
https://www.researchgate.net/profile/Aldemar_Castro
http://orcid.org/0000-0003-0212-5950
Inteligencia Artificial Generativa |
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Sinopse |
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O autor apresenta a definição, a importância, quem deve fazer, quando deve fazer, aonde fazer, como fazer o relato de caso, enfatizando a importância da sistematização e da estruturação. |
Resumo |
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1. Título. Relato de Caso: Aprender Quando o n = 1!2. Autor. Aldemar Araujo Castro.3. Instituição. Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió, AL. Correio eletrônico: aldemararaujocastro@gmail.com; URL: http://lattes.cnpq.br/2259022333178681. http://bit.ly/aldemarh
4. Arquivo. http://bit.ly/relato7 5. Definição. O relato de caso refere-se a apresentação oral e/ou escrita de um caso clínico. No qual, os detalhes da apresentação clínica, das condutas e da evolução são apresentados em detalhes. 6. Importância. Evoca uma ou mais lições com a sua apresentação e estas lições podem ser aplicadas no futuro para melhor a qualidade do atendimento ou para direcionar pesquisas. 7. Quem deve fazer. Qualquer aluno da gradução ou médico que se depare com um paciente que apresenta características que não seguem o padrão. 8. Quando fazer. Sempre que identificar um paciente fora do padrão e que tenha uma lição a ser aprendida. 9. Onde fazer. A apresentação oral, em eventos médicos e a apresentação escrita, em revistas científicas. Ou ainda em sites ou grupos da internet, com esse objetivo. 10. Como fazer. A forma escrita da apresentação do relato de caso tem: (1) Introdução, que contém dois itens (1.1. Contexto; 1.2. Objetivo). (2) Relato do caso, com três itens (2.1. Tipo de estudo; 2.2. Local; 2.3. Descrição do caso). A descrição do caso possui cinco itens (2.3.1. Anamnese; 2.3.2. Exame físico; 2.3.3. Hipóteses diagnósticas; 2.3.4. Exames complementares; 2.3.5. Evolução (até a necrópsia). (3) Discussão; (4) Referências. A forma oral da apresentação não tem dois itens: discussão e referências. 11. Considerações finais. O relato de caso é o elo de uma corrente maior. É um tipo de estudo que gera hipóteses a serem testadas em tipos de estudos mais apropriados. Relatar um casos também é uma forma de aprendizado para que relata. 12. Palavras-chave. Relato de caso. Publicação Científica. Artigo. Apresentação. |
1. Definição
Mapa mental da estrutura de um relato de caso
(clique no símbolo + para ver os níveis)
2. Importância
O relato de caso evoca uma ou mais lições com a sua apresentação e estas lições podem ser aplicadas no futuro para melhor a qualidade do atendimento ou para direcionar pesquisas (gerar hipóteses). As razões para relatar um caso clínico são relacionado ao diagnóstico ou relacionado ao tratamento. As razões relacionas ao diagnóstico são: a apresentação clínica (sinais e sintomas), ou ainda a estratégia utilizada para o diagnóstico são diferentes dos padrões conhecidos. No tratamento, o tratamento propriamente dito, ou a evolução são diferentes dos padrões conhecidos. Isso permitir aos leitores estabelecer, de modo claro e preciso, o que aconteceu no caso relatado, para aprender lições sobre a doença e a interação doença/doente.
3. Quem deve fazer?
Qualquer aluno da gradução ou médico que se depare com um paciente que apresenta características que não seguem o padrão. Entretanto, a consulta a médicos especialista da área e fora da área, para que dêem sugestões, são importantes para caracterizar que existe um desvio do padrão.
4. Quando deve fazer?
5. Onde fazer?
6. Como fazer?
- Planejamento
- Identificar o caso
- Confirmar que o caso não segue o padrão
- Consultar especialistas
- Revisar a literatura (revisão inicial)
- Obter a autorização do paciente ou seu responsável legal para divulgar o caso
- Execução
- Coletar as informações do caso
- Redigir o relato de caso
- Revisar a literatura (revisão final)
- Finalizar a redação do relato de caso
- Preparar a apresentação oral
- Submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa
- Divulgação
- Encaminhar para publicação
- Realizar a apresentação oral
A estrutura do relato de caso compreende uma série seqüencial de itens obrigatórios (quadro). Cada um dos itens (nível 1) da estrutura apresentado, deverá iniciar uma nova página – recomendação puramente “cosmética“. Cada uma destas subdivisões deve ser descrita detalhadamente os aspectos relacionados com o item, para possibilitar uma compreensão total do que o autor deseja.
Quadro – Estrutura do Relato de Caso (formato escrito) |
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Capa Folha de rostro (no verso a ficha catalográfica) Índice Resumo / Abstract 1. Introdução 1.1. Contexto 1.2. Objetivo 2. Relato do caso 2.1. Tipo de estudo 2.2. Local 2.3. Descrição do caso 2.3.1. Anamnese – Identificação – Queixa principal – História da doença atual – Sinais e sintomas dos aparelhos – Antecedentes pessoais – Antecedentes familiares – Condições sócio-econômicas 2.3.2. Exame físico 2.3.3. Hipóteses diagnósticas 2.3.4. Exames complementares 2.3.5. Evolução (até a necrópsia) 3. Discussão 3.1. Discussão do diagnóstico 3.2. Discussão do tratamento ou prevenção 3.3. Discussão do prognóstico 4. Documentação complementar 4.1. Referências 4.2. Modelo do termo de consentimento livre e esclarecido 4.3. Cópia do documento de aprovação pelo comitê de ética em pesquisa 4.4. Curriculum vitae Lattes dos pesquisadores Capa |
6.1 Planejamento
É a primeira das três etapas do relato de caso.
6.1.1. Identificar o caso. É observação atenta e curiosa no dia-a-dia. No qual aqueles casos que desviam do padrão são imediatamente identificados. O potencial de ser relatado é o ponto de partida.
6.1.2. Confirmar que o caso não segue o padrão. Esta confirmação deve ser realizada por: (1) Consultar especialistas, eles poderão dizer sobre a relevância do caso; (2) Revisar a literatura (revisão inicial), o que permite saber como a literatura vem publicando casos semelhantes e se é relevante relatar o caso.
6.1.3. Obter a autorização do paciente ou seu responsável legal para divulgar o caso. Esta autorização é obrigatória para realizar a divulgação do caso clínico. O paciente ou seu representante legal deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual deverá conter: objetivo, meio de divulgação (citar o evento e/ou revista científica), e os cuidados para manter o sigilo do paciente durante a divulgação.
6.2 Execução
6.2.1. Coletar as informações do caso. Serão realizadas cópias de todos os dados necessários para realizar o relato de caso. A cópia do prontuário, dos exames complementares, fotos (se necessárias), serão obtidas nesta fase.
6.2.2. Redigir o relato de caso. É a etapa inicial quando o conteúdo do relato de caso é produzida e organizada. É uma etapa longa e cuidada com a forma e conteúdo. Rever cada item que foi escrito é fundamental para a qualidade do relato de caso. A estrutura pode ser observada no quadro 1.
6.2.3. Revisar a literatura (revisão final). Essa etapa final serve para finalizar as comparações que são utilizadas na discussão do relato de caso.
6.2.4. Finalizar a redação do relato de caso. Essa é a principal e mais importante forma de divulgação. As regras a serem utilizadas devem seguir as instruções aos autores da revista selecionada. Apesar de existir diferenças entre as revista a estrutura geral é semelhante a apresentada aqui.
6.2.5. Preparar a apresentação oral. Essa divulgação é complementar a divulgação escrita (artigo publicado em revista científica). A preparação de telas seguindo a estrutura do caso de forma sistemática é fundamental para o entendimento do relato do caso. Observe no final desta página um modelo de telas.
6.2.6. Submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa. Essa submissão é obrigatória. O Comitê de Ética em Pesquisa irá verificar se foi mantido o sigilo da identidade do paciente no relato do caso. Clique aqui (https://bit.ly/relato7doc) para ver os documentos obrigatórios.
6.3 Divulgação
6.3.1. Encaminhar para publicação. O manuscrito que será submetido a publicação deverá serguir as instruções aos atores da revista selecionada. Veja por exmplo as instruções da revista BMJ Case Report (Clique aqui).
6.3.2. Realizar a apresentação oral. Com o auxílio de aplicativos (Google Drive, Keynote, Powerpoint, …) serão preparadas telas com o conteúdo do relato de caso para facilitar a apresentação oral em público. De 7 a 30 minutos será o tempo disponível para a apresentação. Este tempo é determinado de acordo com o objetivo do evento.
7. Considerações finais
8. Fontes
- BMJ Case Reports http://casereports.bmj.com/site/about/guidelines.xhtml
- CARE Guidelines http://www.care-statement.org
- Gagnier JJ, Kienle G, Altman DG, Moher D, Sox H, Riley D; CARE Group. The CARE guidelines: consensus-based clinical case reporting guideline development. BMJ Case Rep. 2013 Oct 23;2013. pii: bcr2013201554. doi: 10.1136/bcr-2013-201554. PubMed PMID: 24155002; PubMed Central PMCID: PMC3822203.
-
Goldim JR, Fleck MP. Ética e publicação de relatos de caso individuais. Rev Bras Psiquiatr. 2010 Mar;32(1):2-3. Disponível em: URL: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v32n1/v32n1a02.pdf
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Hossne WS. A Conep responde. Cadern Ética Pesq. 2004;4(14):6-8. Disponível em: URL: http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/cadernos/caderno14.pdf
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Goldim JR, Protas JS. Aspectos éticos da publicação de relatos de casos em psicoterapia. Rev Bras Psicoter. 2007;9:147-57. Disponível em: URL: https://www.ufrgs.br/bioetica/relcaso.pdf
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Hossne, WS. A CONEP responde. Cadernos de Ética em Pesquisa. 2004 Mar;13:7-10. Disponível em: URL: http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/cadernos/caderno13.pdf
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Lago EG. Por que solicitar aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa para publicação de relatos de caso? Sci Med. (Porto Alegre) 2010; 20(4):268-9. Disponível em: URL: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/8047/5832
Carta Circular sobre o Relato de Caso 166/2018 CONEP
http://bit.ly/cartacircular166Documentos obrigatórios para RELATO DE CASO
https://cep.uncisal.edu.br
EXTRAS
E1.The CARE guidelines checklist (Gagnier, 2013)
The narrative: A case report tells a story in a narrative format that includes the presenting concerns, clinical findings, diagnoses, interventions, outcomes (including adverse events) and follow-up. The narrative should include a discussion of the rationale for any conclusions and any take-away messages. | ||
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Item name | Item no. | Brief description |
Title | 1 | The words ‘case report’ (or ‘case study’) should appear in the title along with phenomenon of greatest interest (eg, symptom, diagnosis, test, intervention) |
Keywords | 2 | The key elements of this case in 2–5 words |
Abstract | 3 |
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Introduction | 4 | Brief background summary of this case referencing the relevant medical literature |
Patient information | 5 |
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Clinical findings | 6 | Describe the relevant physical examination (PE) findings |
Timeline | 7 | Depict important dates and times in this case (table or figure). |
Diagnostic assessment | 8 |
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Therapeutic intervention | 9 |
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Follow-up and outcomes | 10 |
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Discussion | 11 |
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Patient perspective | 12 | The patient should share his or her perspective or experience whenever possible |
Informed consent | 13 | Did the patient give informed consent? Please provide if requested |
E2. Exemplos de Apresentações
A. Exemplo de Relato de Caso Clínico
EVITE OS ERROS MAIS COMUNS (clique aqui)
B. Exemplo de Relato de Caso em Bioética Clínica
E2. Erros mais comuns
ERROS MAIS COMUNS
1. Mudar a estrutura e a sistematização do relato de caso.
SOLUÇÃO. Usar a estrutura disponível em: http://bit.ly/relato7
2. Ter um título genérico e sem dizer que é um relato de caso.
SOLUÇÃO. Coloque no título o motivo para relatar o caso e no subtítulo (depois dos dois pontos) a expressão “relato de caso clínico“.
3. Colocar palavras e expressões diferentes no titulo e no objetivo.
SOLUÇÃO. Seja coerente e use as mesmas palavras e expressões. No objetivo acrescente apenas o verbo “Relatar”.
4. Não ter a autorização do paciente para relatar o caso.
SOLUÇÃO. Aplique o termo de consentimento livre e esclarecido.
5. Identificar o paciente com as iniciais.
SOLUÇÃO. Troque por uma descrição geral, e.g.: “criança de 7 anos”; “Mulher de 35 anos”
6. Não colocar as referências no rodapé. É obrigatório na introdução.
SOLUÇÃO. Em cada tela, quando for necessário, colocar a referência no rodapé. Use o formato correto: http://bit.ly/vancouver007
7. Não citar as referências com o nome e ano (no texto).
SOLUÇÃO. Use o último sobrenome do primeiro autor e o ano, apenas, sem quaisquer outros complementos.
8. Não numerar as telas.
SOLUÇÃO. Use a numerão automática das telas. Use o tamanho 18 para a fonte.
9. Usar as fontes com tamanho pequeno.
SOLUÇÃO. Use fonte ARIAL com tamanho pelo menos de 28.
10. Não apresentar as hipóteses.
SOLUÇÃO. Estruturar em hipóteses sindrômicas, hipóteses anatômicas, hipóteses etimológicas (nosológicas).
11. Ter hipóteses diagnósticas insuficientes, uma ou duas não são suficientes.
SOLUÇÃO. Liste pelo menos cinco diferentes hipóteses para cada item.
12. Ter a história da doença atual longa.
SOLUÇÃO: Precisa dividir por tópicos e colocar em duas telas.
13. Deixar o nome do paciente no exame ultrassonográfico, ou outros exames de imagem.
SOLUÇÃO. Edite a imagem para tirar o nome da paciente.
14. Excesso de periferia nas fotos.
SOLUÇÃO. Cortar o excesso da imagem e deixar apenas a região principal que deve ser mostrada.
15. Descrever sem tópicos a evolução e as condutas.
SOLUÇÃO. Use tópicos e referência no tempo.
16. Colocar todas as referências no final em uma tela.
SOLUÇÃO. Use cada referência em cada tela no rodapé.
17. Abreviar o nome do apresentadores.
SOLUÇÃO. Colocar o nome completo na primeira tela.
18. Esquecer o nome do médico que foi o orientador.
SOLUÇÃO. Coloque o nome, apenas o nome, na primeira tela junto com os autores do relato de caso.
19. Colocar a revisão da literatura no relato de caso.
SOLUÇÃO. Encerre o caso e inicie uma nova apresentação com a estrutura
a) Definição
b) Classificação
c) Epidemiologia
d) Etiologia e/ou fatores de risco
e) Patogenia
f) Anatomia patológica (Macro e micro)
g) Fisiopatologia
h) Semiologia
i) Diagnóstico
j) Tratamento
l) Prognóstico
m) Prevenção
n) Considerações finais
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2019-11-24