Aldemar Araujo Castro
Criação: 03/10/2025
Atualização: 06/10/2025
Palavras: 369
Tempo de leitura: 2 minutos
A notícia não é boa! Anunciar uma doença nunca será tarefa simples.
O nome soa com gravidade: Henrique, médico formado pela antiga ECMAL, hoje UNCISAL, um entre seis irmãos, cinco deles também moldados pelos mesmos corredores, laboratórios e ideais. Uma família inteira transformada pela mesma instituição. Mas o tempo, esse velho e impiedoso examinador da alma, decidiu que era hora de cobrar seu tributo.
Henrique, eleito em 2017, reeleito em 2021 e agora vice-reitor, passou a ser alvo de rumores: estaria doente? O olhar mais sereno, o passo firme, o sorriso contido, a perda de peso, tudo parecia denunciar algo oculto. Até que o diagnóstico veio, surpreendendo a todos: Henrique sofre de uma rara e grave enfermidade, amar profundamente a UNCISAL.
Esse amor, persistente e incurável, manifesta-se por dedicação intensa, por noites de trabalho silencioso e decisões pautadas não pela conveniência, mas pela gratidão. Os sintomas são claros: entusiasmo ao falar da instituição, fidelidade inabalável aos seus valores e recusa em transformar o cargo em trampolim para ambições pessoais.
Mas a doença, como toda condição séria, tem efeitos colaterais. Provoca inveja nos que não compreendem a generosidade; causa irritação naqueles que confundem serviço público com vaidade; desperta ciúme em quem teme a força da coerência. No entanto, há um aspecto que poucos percebem: Henrique não desistiu do tratamento.
Após o diagnóstico, iniciou a fase de reabilitação, um processo longo e exigente, marcado pela renovação da esperança e pela reconstrução diária de propósitos. A reabilitação de Henrique não se faz em clínicas nem em repouso — ocorre nos corredores da própria UNCISAL, ao orientar novos alunos, apoiar colegas, ouvir críticas e seguir servindo com o mesmo fervor. É ali, entre as paredes que moldaram sua história, que ele encontra a força para continuar.
O prognóstico é claro: a doença é incurável, mas plenamente tratável com gratidão e propósito.
A lição final é simples e profunda: há enfermidades que não pedem cura, mas continuidade. Amar o que nos formou, devolver em serviço o que recebemos em oportunidade — essa é a verdadeira reabilitação de quem entende que o sucesso não é o fim da jornada, e sim o início de uma vida inteira de gratidão.
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