No início, os sintomas pareciam leves, quase imperceptíveis — uma simpatia discreta pela instituição, um sorriso espontâneo ao lembrar das histórias vividas ali, uma alegria inocente por pertencer a algo maior. Mas o quadro evoluiu rapidamente. Vieram as emoções inesperadas em reuniões, o brilho nos olhos diante das conquistas coletivas e uma defesa apaixonada da universidade, mesmo diante de críticas injustas. O diagnóstico foi confirmado: estágio avançado da mesma doença que acometeu Henrique.
Não há remédio prescrito, tampouco atestado que recomende repouso. O único tratamento conhecido é paradoxal: quanto mais contato com outros contaminados, mais intensa se torna a melhora. O protocolo inclui participar de eventos, envolver-se em projetos, ensinar com entusiasmo, acolher alunos e celebrar cada pequena vitória da instituição. A cada novo gesto de colaboração, o vírus da gratidão se fortalece, multiplicando entusiasmo, lealdade e propósito.
Os infectados são facilmente reconhecíveis — pelo olhar sereno, pelo riso que surge fácil, pela firmeza com que falam “nossa UNCISAL” com o mesmo carinho de quem fala “nossa casa”. Eles formam uma comunidade especial, imune ao desânimo, resistente à indiferença e altamente vulnerável à esperança. É comum vê-los espalhando energia por onde passam, contagiando sem esforço quem ainda insiste em permanecer distante.
E você?
Tem sentido algo diferente ultimamente? Uma vontade de servir, de retribuir, de construir junto? Um orgulho discreto ao ver o nome da instituição brilhar? Se sim, é provável que o contágio já tenha começado.
Mas não tema. Não procure cura. Essa é uma epidemia que vale a pena espalhar — porque transforma o simples pertencimento em amor e o trabalho em gratidão.
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