Aldemar Araujo Castro
Criação: 11/10/2025
Atualização: 11/10/2025
Palavras: 399
Tempo de leitura: 2 minutos
A relação entre orientador e aluno é um dos pilares da vida acadêmica, mas nem todas as relações são iguais, as três figuras a seguir ilustram exatamente essas diferenças.
Na primeira imagem, os círculos estão distantes, representando quando orientador e aluno não compartilham interesses. Cada um segue sua rota, sem convergência de propósitos. Essa situação é comum quando o aluno escolhe um orientador apenas pela disponibilidade ou prestígio, sem analisar as linhas de pesquisa. O resultado é previsível: comunicação difícil, desmotivação e sensação de isolamento. A relação existe apenas formalmente, e o processo se torna árduo e desprovido de prazer intelectual.
Na segunda imagem, os círculos apenas se tocam. Aqui há algum ponto de contato — talvez um tema comum, um interesse inicial —, mas ainda falta integração verdadeira. O orientador e o aluno dialogam, mas sem profunda sintonia. Há cooperação pontual, porém o trabalho avança com atrito, pois os objetivos não estão totalmente alinhados. Essa fase pode evoluir positivamente, desde que ambos reconheçam o potencial de convergência e trabalhem para ampliá-la.
Já na terceira imagem, os círculos se sobrepõem, simbolizando a zona de intersecção ideal. É nesse espaço que a orientação se torna prazerosa, produtiva e inspiradora. Quando orientador e aluno compartilham propósitos e valores científicos, a relação deixa de ser burocrática e transforma-se em uma parceria de crescimento mútuo. As ideias fluem, o aprendizado é constante e os resultados refletem o entusiasmo conjunto pela descoberta.
Para alcançar essa terceira figura, o aluno precisa agir estrategicamente. É essencial identificar quem são os orientadores do programa, compreender suas linhas de pesquisa e seu perfil acadêmico. Analise o Currículo Lattes, observe as teses orientadas recentemente, as publicações, os projetos em andamento e o estilo de orientação. Converse com ex-orientandos e observe o clima das bancas — esses detalhes revelam muito sobre o perfil do orientador.
Escolher o orientador correto é um ato de inteligência e autonomia científica. Quem escolhe o orientador é o aluno — e isso exige preparo, curiosidade e autoconhecimento. Uma boa escolha economiza tempo, reduz frustrações e potencializa resultados.
Observe as três figuras e reflita: em qual delas você está ou deseja estar? Se ainda há distância, aproxime-se. Se os círculos apenas se tocam, amplie a intersecção. Se já há sobreposição, cultive-a. A pesquisa é uma jornada longa — escolha e construa sua parceria de modo consciente, estratégico e apaixonado pela ciência.