A Doença de Henrique – Parte III: A Epidemia do Bem   Recently updated !


Aldemar Araujo Castro
Criação: 06/10/2025
Atualização: 11/10/2025
Palavras: 477
Tempo de leitura: 2 minutos

 

Ninguém conseguiu conter o avanço. A doença de Henrique, antes restrita a um coração agradecido e fiel, já não pertence a um só homem. Espalhou-se lenta e silenciosamente, como uma brisa que entra pelas frestas e, sem ser percebida, transforma o ar. O amor pela UNCISAL tornou-se contagioso. O que começou com um gesto de dedicação passou a ser movimento coletivo, uma verdadeira epidemia do bem.

O contágio não se dá por toque, mas por exemplo. Cada atitude sincera de cuidado, cada palavra de incentivo, cada sorriso oferecido sem esperar retorno, tornou-se vetor dessa nova forma de adoecimento luminoso. Nos corredores antes apressados, o ritmo mudou: há cumplicidade nos olhares, orgulho nas conversas e esperança nas vozes. Nos laboratórios, o som dos instrumentos mistura-se ao riso, e nas salas de aula, o ensino ganhou outro sentido, o de formar não apenas profissionais, mas cidadãos conscientes de sua missão social.

Os sintomas agora são evidentes e irreversíveis. Um brilho discreto no olhar, uma força renovada para servir, uma alegria inexplicável em trabalhar por algo maior do que o próprio nome. E quanto mais se tenta compreender essa “epidemia”, mais se percebe que ela não causa fraqueza, mas vitalidade. Não há antídoto. Nenhum desejo de cura. Ao contrário, os infectados buscam se expor ainda mais, porque descobriram que essa doença purifica.

Os que antes observavam com ceticismo agora se rendem ao mistério do contágio. Percebem que a gratidão tem poder multiplicador, que o exemplo inspira mais do que o discurso, e que a verdadeira liderança não nasce do cargo, mas da coerência. Assim, cada novo “infectado” torna-se um pequeno foco de luz, expandindo o alcance da epidemia para além dos muros da universidade.

E não há fronteiras: o vírus da gratidão atravessa departamentos, invade reuniões, chega aos estágios e até alcança ex-alunos que, mesmo distantes, ainda sentem os sintomas de pertencimento. A UNCISAL deixou de ser apenas uma instituição de ensino, tornou-se um organismo vivo, pulsante, movido por pessoas que compreenderam que o serviço é uma forma de amor, e o amor, uma forma de cura.

Hoje, ninguém mais teme o diagnóstico. Ao contrário: há orgulho em ser contaminado. Ser portador dessa “doença” é sinal de saúde moral e espiritual. E o tratamento, longe de afastar o trabalho, o renova: cada projeto bem-feito, cada aluno orientado, cada gesto solidário é parte da reabilitação coletiva que mantém viva a chama da instituição.

A UNCISAL segue curando vidas, não apenas nos hospitais e ambulatórios, mas também em cada coração que aprendeu, com Henrique, que a gratidão é o mais belo contágio que uma alma pode transmitir.

E se toda epidemia deixa um legado, que a nossa seja eterna: a de acreditar, servir e amar, como quem entende que o verdadeiro sucesso é permanecer fiel àquilo que um dia nos fez crescer.

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